Auto Observação - Uma atitude de observar a realidade e ao mesmo tempo, observar a si mesmo.
- Alexei Caio
- 5 de jan. de 2020
- 2 min de leitura
Inicialmente, devem ser consideradas as diferenças que existem entre ver e observar.
A observação, além de poder estar ou não relacionada apenas à visão, implica em que, necessariamente, haja um agente consciente que registre e incorpore o que está sendo observado de forma ativa.
Como consequência, o ato de observar um fenômeno implica em que ele seja incorporado pelo indivíduo e passe a fazer parte de suas experiências e de seu modelo pessoal.
Porém, existe uma complicação a mais que precisa ser considerada acerca desse tema. A informação que cada indivíduo recebe de seu meio é processada pela personalidade, que impõe seus próprios conteúdos sobre ela.
Aquilo que é observado passa por uma série de filtros que surgem ao longo do desenvolvimento de cada indivíduo, de sua história de vida e experiências prévias, e nesse processo, assume contornos muito específicos e pessoais.
É nesse contexto que a técnica da Auto-Observação é apresentada.
Ela implica no desenvolvimento de uma atitude de observar a realidade e ao mesmo tempo, observar a si mesmo, permitindo, num primeiro momento, estudar como a personalidade reage frente aos eventos.
Esse objetivo inicial consiste em adquirir uma maior consciência dos filtros citados acima e perceber de forma imparcial, como os limites, condicionamentos e conteúdos da personalidade influenciam na percepção.
O segundo passo consiste em desenvolver um agente observador que seja capaz de localizar-se fora da dimensão da personalidade.
Ou seja, essa prática acarreta o desenvolvimento gradual de uma nova dimensão de ser que passa a atuar como um novo ponto de perspectiva a partir do qual a realidade pode ser observada de forma mais objetiva e menos poluída pelos conteúdos da personalidade.
Disso decorre uma das definições possíveis de consciência que consiste na capacidade do indivíduo estar ciente de si mesmo e ao mesmo tempo, ter uma ciência objetiva das coisas. O indivíduo consciente deve ser capaz de manter sua sensação de ser ou sua identidade ao mesmo tempo em que observa a si mesmo frente aos eventos da realidade, que podem então ser observados de forma livre dos limites e filtros que a personalidade impõe.
E o quão importante é validar na respiração todo o processo de observar, contemplar e avaliar, de uma forma neutra e com vivacidade.

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