Atenção para que?
- Alexei Caio
- 4 de jan. de 2020
- 2 min de leitura
A consciência pode ser definida como a capacidade do indivíduo ter ciência de si mesmo, ao mesmo tempo em que, tem ciência das coisas. Ou seja, quando a consciência é despertada, o modo como o indivíduo sente a si mesmo e a realidade passa necessariamente por uma transformação. É importante compreender que essa transformação é algo nuclear e essencial, que acontece na relação íntima do indivíduo consigo mesmo e com sua percepção da realidade. Pode determinar mudanças externas, como por exemplo, no comportamento, mas a mudança fundamental acontece principalmente, dentro do próprio indivíduo.
A Atenção consiste em uma ferramenta que está na base do desenvolvimento da consciência. Por isso é necessário buscar compreender estas duas faculdades dentro de uma perspectiva prática, que determine um processo gradual de experimentação. E aqui está a primeira dificuldade, pois a maioria dos indivíduos acredita já possuir, de forma “inata”, uma capacidade bem desenvolvida de consciência e de Atenção.
A Atenção pode ser definida como um processo que envolve detecção, seleção, discriminação e alocação de informações. Por apresentar a capacidade de selecionar certos elementos no campo perceptivo geral do indivíduo, ela participa ativamente na interação estabelecida com a realidade e consigo mesmo. Como consequência, ela tem uma participação fundamental nos processos de percepção, aprendizagem e memória.
A atitude ativa, de aprofundar e desenvolver novas capacidades de Atenção, pode desencadear uma experiência de separação entre aquilo que está sendo observado e o observador. Nesse caso, o observador pode atingir um grau de qualidade diferente de interação com aquilo que ele está observando. Ao invés de experimentar seus próprios conteúdos internos e subjetivos frente ao evento, ele torna-se capaz de observar o fenômeno, de uma forma mais livre e integrada com o momento presente. Nessa condição, é possível perceber o momento de uma forma nova, sem impor condicionamentos emocionais e mentais sobre ele, ou seja, sem tingir sua realidade intrínseca com conteúdos pessoais.

Comments