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Os textos aqui utilizados são releituras e/ou partilhas de outros textos e autores. Em alguns casos, tem minha contribuição pessoal. Se está disponibilizado aqui, com muita certeza tem meu olhar e meu acolhimento. Eu aproveito e muito o meu tempo para compartilhar coisas boas e acrescentando algumas coisas.

Outro ponto importante sobre a publicação destes textos é que são para uma auto-reflexão. Ver como o texto nos “toca” e desperta. É um lindo exercício de auto-observação e identificação.

Não são fórmulas de solução ou “receitas” de bolo para a respectiva “dor”. Existem, na nossa diversidade, diversas soluções para as diferentes dores para cada momento de cada um. ;-)

Existirão textos que apontarão para desconfortos maiores interiormente e que por inconsciência iremos projetar para fora. Peço que se observe e se trate o melhor possível. Todos estamos caminhando em nossas jornadas.

Também partimos da base de que não podemos saber o grau de dificuldade que o outro enfrenta ou está em seu momento de vida, nem da profundidade de suas feridas que têm relação ao assunto tratado. Tudo no seu devido tempo. Partimos da base também, que a outra pessoa provavelmente vai demorar a curar seu padrão (igualmente nós nos demoramos com os nossos) e que provavelmente, terá que fazer muitos alinhamentos/trabalhos, sendo mostrado uma e outra vez, quando ela repete seu padrão (sobre esse assunto pode-se chegar a acordos ao final da comunicação). Precisamos lembrar que possivelmente estamos lidando com pontos cegos, tanto da outra pessoa como com os nossos, e que isto leva tempo para ser processado.

Fiquem bem !

Zonas de Conforto e Desconforto.

  • Foto do escritor: Alexei Caio
    Alexei Caio
  • 24 de out. de 2019
  • 4 min de leitura

Atualizado: 10 de dez. de 2019



Apresentação

Sou terapeuta Bioflow e atleta com diabetes, tenho 45 anos de idade sendo destes 41 anos com diabetes tipo1, insulino-dependente. Com esta bagagem venho aqui compartilhar um pouco da minha vivência e experiência.

Como é bom iniciar essa conversa esclarecendo alguns pontos importantes: o que for relatado aqui, foi construído com base em muita experiência feita “in loco”, incrivelmente apoiada por uma equipe multidisciplinar e amigos/família com quem sempre podemos contar. Aventuras oriundas da arrogância e da ignorância não são concluídas ou de forma saudável ou simplesmente não terminam bem.

As informações sobre diabetes, tipos, maneiras de se tratar, equipamentos, medicamentos e profissionais estão muito bem assistidas na internet e nos livros, desta forma pularei esta etapa, sabendo que se o leitor nada sabe sobre o assunto recomendo veementemente mais leitura e apreensão sobre o tema.

Convergindo para a relação atividade física e/com diabetes podemos constatar inúmeros benefícios associados se e somente se o diabetes estiver bem controlado(compensado).

Como para que isto aconteça, deve haver por parte da pessoa com diabetes uma aceitação para que outros degraus sejam conquistados.

Assim desvelando um pouco sobre o tema, podemos começar. Não apenas no quesito educação em diabetes mas no assunto : ter uma vida motivada e feliz, a minha escolha em ter meu diabetes bem compensado é pré requisito mínimo para que desafios e aventuras maiores pudessem(podem) acontecer.

Vamos falando mais alto! Gosto das montanhas e do contato com a natureza e com este sentimento bem cedo pude experimentar a natureza que acontecia ao meu redor: caminhadas, acampamentos, viagens, travessias fazem parte dessa “sede” por vida. Estar em paz consigo mesmo, se conhecer e aplicar esse conhecimento numa estrutura em paz é muito revigorante, algo que venho praticando há muito tempo. Desta forma os primeiros passos aconteceram em nossas “vizinhanças”. Depois o verbo “ousar” passou a fazer parte de minha vida : caronas pelo Brasil, travessias e montanhismo mais longos e por “último“ alta montanha.

É muito claro que eu fui conquistando terreno e ganhando massa crítica para experimentar novas experiências com Diabetes em lugares mais agressivos, que nesse caso é a alta montanha. Ambientes inóspitos que exige do praticante muito conhecimento e velocidade de adaptação e no meu caso um brinde : o diabetes vem para trazer essa resiliência na adaptação.


Ultramaratonas e diabetes.

Já falei em aspectos gerais sobre quem sou eu e a minha predileção por natureza e altas montanhas. Neste agora coloco a minha experiência sobre “endurance” e atividade física de muito longa duração.

Ultramaratona com diabetes. O que é fazer algo por muito tempo ? Respirar? Guiar um carro ? Andar? Correr? Estudar ? Quem nunca atravessou a noite estudando para uma prova no dia seguinte? Quem nunca deu plantão de mais de 24hs ? Quem nunca correu por 56hs ? Bem, percebem que as experiências de longa duração e é claro e uma vontade interna para fazer! Cito um exemplo pessoal meu: Uma prova de 217 Km Ela pode ser vista como : 1 única prova de 217km, 02 provas de 107,5Km , …. 10 provas de 21,7Km.

Ai surge a pergunta : Você consegue correr 217Km? Ou quantas vezes você consegue correr 21,7Km ?

Bem a idéia não é só transformar o impossível em possível, mas sim localizar a motivação ai dentro que fará isso.

Tudo isso já gera um enorme “desconforto”, e que tal fazer isso tendo um cuidado incrível com você?

Um dos meus lemas é fazer saboreando!

Terminar uma prova de 217 Km e estar bem em seguida para dar uma aula , namorar…. Curtir.

Você percebeu que não falei quase nada sobre diabetes? Porque ? Porque a idéia principal não é dar foco na disfunção(problema), que pode muito bem ser administrada, é evidenciar o que de melhor temos, os nossos potenciais.

Não existe fórmula mágica (genérica) nesta química entre diabetes e atividade física.

Mas associado com uma equipe multidisciplinar, aquele que tem, a tem com qualidade de vida e viver passa a ser o verbo conjugado ao invés de sobreviver.


Aikido e diabetes

Nos diferentes esportes/ atividade física escolhidos por mim para praticar o que mais me fascina(ou) são as artes marciais. Já treinei Judô, Kung Fú, Tai Chi Chuan e nesses últimos 20 anos me identifiquei com o Aikido. Tal arte como atividade física, ajuda muito no tratamento do diabetes e no que mais uma arte marcial ajuda as pessoas ?

Empoderamento, auto confiança, respeito, ordem, atitude, socialização, educação ….. bem são relevantes no nosso convívio inclusive no tratamento do Diabetes.

No caso do aikido, a não competição com elementos externos ao praticante traz um olhar muito pertinente na busca por um autoconhecimento aliado com um relaxamento, contatos e área de ação, cair e levantar dentre outros.

De qualquer forma o uso da esfera, relaxado em sua boa parte do tempo, deve (pode) trazer ao praticante um eixo dotado de tranquilidade.

E que certamente é capaz de extrair um gesto / sentimento menos egóico para algo mais integral.

Assim temos nesta arte marcial uma assinatura muito bem vinda nos dias de hoje pela sua assertividade na compreensão do gesto de ataque.

Para receber, é necessário se permitir receber. Para relaxar é justo e importante saber como relaxar. Para dialogar pode-se experimentar compartilhar o seu ponto de vista e escutar os demais, sem o peso do julgamento.

Todo esse olhar direcionado num tratamento, do problema que seja, tem uma grande capacidade de solução e melhoria.

Desta forma tem sim sentido extrair o melhor desta arte : relaxamento, eixo, respeito, integridade, união, no uso do dia-a-dia em sua vida.

 
 
 

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