Sincericidio pessoal
- Alexei Caio
- 16 de abr. de 2023
- 2 min de leitura
Ou a "Arte da Carta Não Eviada"
Isso me lembra a famosa sinceridade, a chamada “verdade”.
Uma daquelas crenças aprendidas que manifestamos com tanta leveza e ignorância sem medir as consequências.
Você consegue ser responsável pelas consequências dos seus atos, e tem ideia da extensão dos teus atos: físicos, emocionais, intelectuais e espirituais?
Para ter ideia primeiro da tua habilidade de medir as suas consequências, da amplitude do teu conhecimento e consciência sobre si mesmo e do teu entorno.
A outra parcela e realmente não ter domínio completo de como os outros irão receber, se vão receber os teus atos. Verdades, gestos, comunicações, pensamentos, emoções, ...
Reflita um pouco:
A verdade é o que eu penso?
(Vixi: Coletivo e quase totalidade X meu ponto de vista, meu conjunto de experiências)
O que penso é apenas uma opinião, um ponto de vista, baseado na minha forma de interpretar o mundo com meus óculos exclusivos.
E esta é forjada a partir de crenças aprendidas, herdadas, por vezes nem sequer questionadas, apenas minhas, as que me dão identidade e me fazem acreditar que sou alguma coisa, que, uma forma de ser.
“- Eu sou assim!”
Eu digo a mim mesmo com orgulho.
E com essas premissas digo a verdade, sou sincero, expresso minha opinião.
E é assim, quem cair, caiu.
É bem feito porque a sinceridade é um valor.
Isso é o que sempre me disseram. Ou não?
Colocar minha personalidade acima dos outros, antes dos gostos e comportamentos dos outros não pode ser um valor.
Um “Valor” é entender que minha opinião é algo inconstante, mutável, aprendido, assim como a dos outros.
A personalidade é mental, conceitual e me separa, me diferencia dos outros.
Um “Valor” é reconhecer essa limitação e não expressá-la.
Um “Valor” é respeitar gostos e opiniões diferentes dos meus e estar aberto a mudar meu ponto de vista.
Estar aberto a mudar meu ponto de vista pode ser bem “delicado”, sutil, uma vez que te guiaram e foram a sua base de diversas decisões durante a vida.
E os resultados após essas decisões terem sido tomadas, foram muito bem-vindos.
Um “Valor” é medir as palavras para que ninguém se sinta ofendido.
E ame o seu próximo, acima de você (sem codependencia). A partir deste “eu” que na realidade não é.
Um “Valor” é assumir o controle da minha vida e nem sempre expressar a primeira coisa que me vem à cabeça, mas me conectar com o meu mundo interno, com o belo, o harmonioso, o Amor que realmente sou.
Reconheça esse impulso inconsciente de ser honesto para não se deixar levar por ele e a partir daí observar o resultado dessa nova forma de agir.
O que acontece quando você é sincero? E quando você não é?
O que acontece quando você expressa apenas o melhor, quando coloca o respeito, a harmonia e a paz acima de suas ideias e gostos pessoais?
Experimente ai. ;-)

Comments