Respiração, o sopro de vida que nos anima
- Alexei Caio
- 16 de out. de 2019
- 2 min de leitura

Nossa ligação com o ‘respirar’ começou cedo, quando trocamos o ambiente aquoso do útero materno por uma realidade desconhecida. A partir desse primeiro sopro, passamos a respirar de forma rítmica e circular, sem intervalos entre o inspirar e o expirar, como as ondas do oceano ou o pulsar do universo.
Respiramos mais de 20.000 vezes por dia, a maior parte de maneira inconsciente, ou seja, não percebemos que estamos respirando ou como estamos respirando. São mais de 8.000 litros de ar que trocamos diariamente com o ambiente.
Nascemos com a habilidade natural de respirar de forma horizontal, nos conectando com a realidade externa e vertical, nos alinhando com o mundo interior. Do equilíbrio entre esses dois ‘respirares’ e dos movimentos de ‘tomar’ e ‘soltar’ o ar, depende nossa saúde emocional e física.
Em algum momento, frente a uma situação ou percepção dolorosa, decidimos respirar menos para não sofrer e a partir daí, passamos a fazer isso sempre que algum fato nos recorda essa situação original, criando desvios respiratórios. Nosso ‘respirar’ passou a ser tão automático que não percebemos que respiramos melhor em situações favoráveis e ficamos quase sem ar, quando algo nos aflige.
O ‘tomar’ ou inalar ar está ligado à nossa capacidade de aceitação. Ao inalar, dizemos ‘sim’ a vida e participamos ativamente dela. A forma como inalamos reflete nosso posicionamento frente à vida, nossa abertura e entusiasmo. Desvios na inalação tem a ver com uma certa desconexão ou resistências às circunstâncias, pessoas e emoções que os cercam.
Quando estamos ‘de bem’ com a vida, nos sentimos motivados e nossa inalação costuma ser fluida, espontânea e profunda, porque reflete o entusiasmo que sentimos. Já uma pessoa desmotivada ou deprimida, respira de forma débil ou pesada, como se estivesse em luta com a vida.
Com a exalação, o ar sai de nossos pulmões, assim como tudo o que não nos serve mais em termos de emoções e conteúdos. A exalação é o espelho de nosso grau de entrega e confiança. Quando uma pessoa sente medo ou pânico, sua exalação é forçada, pois não está sabendo lidar com a situação e com o que sente. Naquele momento não tem recursos internos para observar com calma o que está acontecendo e buscar soluções.
Os transtornos respiratórios sempre correspondem a um modo de interpretar e viver a vida. Por exemplo, quando a pessoa tem tendência a controlar as coisas em sua vida, por desconfiança do que pode ocorrer ou medo de perder o controle, sua exalação é bem curta, retida.
Há uma relação íntima entre a estrutura emocional e o fluxo respiratório. No Instituto Bioflow, nossos professionais aprendem a fazer leituras de respiração, reconhecer os transtornos respiratórios e seus significados, e como trabalhar para superar as memórias que causaram estas mudanças. São considerados fatores como a postura corporal, a profundidade e ritmo da respiração, a couraça muscular e o diafragma, entre outros.
Venha aprender a respirar melhor. Como dizia o psicanalista e escritor norte-americano Alexander Lowen, “Estar cheio de vida é respirar profundamente, mover-se livremente e sentir com intensidade”.
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