Resistência, Dor e Proteções
- Alexei Caio
- 6 de ago. de 2022
- 5 min de leitura
Um informe antes desta leitura: este material abaixo diz respeito ou foca no corpo que temos e as camadas corporais que “construímos” pelos estímulos externos e interpretações internas conforme nosso desenvolvimento emocional, cognitivo, família, relacional. E bem subjetivo e tem o foco de olhar numa próxima camada os desvios respiratórios que auxiliam na construção das couraças musculares. Desejo uma boa leitura.
Constatação do “horror” da situação e percepção da dor principal! Que toma boa parte da vida da pessoa e grita por solucionar.
Caso você a veja (enxergue), é possível começar a solucionar.
Antes, acontecem internamente algumas perguntas:
Eu me descobri nesse horror, cheguei nesta constatação por mim mesmo?
Quero sair deste horror?
Vejo mais vantagens em saindo deste horror? Então minha decisão realmente é sair!
Como começo a sair deste horror?
Sei faze-lo sozinho, sem ajuda? Sim, Não!
Não sei faze-lo sozinho, então vou procurar por ajuda!
Que tipo de ajuda? Próxima e disponível!
Começo a validar no meu sistema a escolha eleita para me ajudar a sair do meu horror da situação!
Começo a fazê-lo passo a passo. Pequenos passos, acompanhado e depois sozinho.
Caminhando pelas próprias pernas.
E assim segue-se.
Porém enquanto não se enxerga, esta DOR vai “acontecendo” até atingir níveis insuportáveis, e se torna urgente, solucionar esta DOR.
O que é DOR?
Um pouco de resistência dos materiais: Índice de Dureza (MOHS).
“Cultura:
Escala de dureza MOHS
O material mais duro risca o material mais macio. A escala de dureza de Mohs é baseada em uma escala de 1 a 10, com o diamante sendo o material mais duro com um valor máximo de 10. Os materiais são testados uns contra os outros e, se um arranhar o outro, isso daria ao material um valor mais alto.”
Ou seja, o mais duro “fere” o menos duro.
O mais resistente “arranha” o menos resistente.
Aquilo que naquele momento para o Ser Humano é imprescindível (o mais rápido possível) ser arrumado, corrigido, solucionado.
Um pouco antes da DOR, existem camadas de “resistências”.
Da mais leve e simples até as mais exageradas, complexas e rígidas.
Eu resisto a gravidade para não ser esmagado por sua “força”.
Um exemplo sadio de resistência.
Partes do meu corpo resistem a ação da gravidade e outras não (treliças) – compressão e tração.
Eu quando caminho resisto corporalmente ao “saldo de compressão final” sobre meu corpo conta a Terra para pegar impulso nesta e me mover.
Eu não resisto a compressão “atmosférica” do oceano das Fossas Marianas (-10.000m de profundidade) sem proteção física.
Eu também resisto pouco ao nível de pouca compressão do cume do Everest (+8.896m acima do nível do mar), sem equipamentos mecânicos.
E cada nível ou camada de “resistir” tem seu gasto de energia para ser executada, tem suas consequências para o corpo (tensão), deslocamentos musculares, consumo de matéria prima energética para ser usada no resistir “mais” (compulsão alimentar e ou hiperventilação).
Há uma maestria nessa camada da gerencia das “resistências” internas: é a habilidade de usar a Resistencia certa no momento certo, para a situação certa.
O que de mais comum acaba acontecendo é “aprendi” ou usei algumas vezes e deu certo assim vou continuar usando indiscriminadamente – para o corpo se gasta menos energia, uma vez que já respiro errado e me alimento bem errado (toda as minhas fontes de energia – O2 e glicose) já chegam de forma ineficiente. Achando que nesta “economia” de energia ira se dar muito bem. (Escassez novamente, baseado em outra DOR bem inconsciente – vai faltar ar por isso vou reter o máximo dentro de mim – pausa após a inalação E exalação retida).
Exemplo para esclarecer:
O uso de um colete a prova de balas!
Qual a finalidade ou utilidade desse produto?
Um material que se veste no corpo e que te protege de ser morto em lugares onde há um risco de morte por tiros de armas de fogo maiores.
Assim sendo, eu vou comprar($$) e usar tal produto “teoricamente” em lugares e momentos que acredito que existam maiores possibilidades de acontecerem tiros.
Onde pode acontecer isso?
Na guerra? Sim!
Em um assalto? Sim!
Dormindo em casa, sendo esta segura e protegida? Não!
Estudando na minha Faculdade? Não!
Comendo em um restaurante no meu bairro? Não!
Treinando artes marciais no meu Dojo? Sim e não – talvez, depende!
Percebem que o respectivo uso desse produto: Colete a prova de balas, está condicionado ao lugar que você percebe que seja menos seguro e com alta incidência de uso de armas de fogo.
Como seria andar com um colete a prova de balas o dia todo, em todos os momentos do teu dia, dormir e acordar com ele?
E não “gastar” energia em tirar e colocar em cada momento que se percebe inseguro e se sente ameaçado. (basta a interpretação mental, emocional para já construir tais coletes, couraças, nem realmente precisa ser real e física).
É o que você está fazendo com sua couraça muscular “neurótica”, sempre, durante toda a sua vida! A mesma coisa. Idêntica.
Criada, vestida em momentos específicos de interpretação de insegurança (não tendo ferramentas e nem habilidades neste momento) e repetida pelas próximas “N” bilhões de vezes ao longo de sua vida.
O mesmo acontece para as nossas Resistências internas. Construídas (criadas) em todo o processo de viver, desde a primeira inalação (na troca de meio aquoso para o aéreo) até o teu momento.
Quando não se havia, orientação emocional sobre as situações do dia a dia que disparavam essa “resistência”. Limites, território, abusos, separações, expansões, ....
Desenvolvimento do tonus muscular, força, capacidade, evolução, crescimento, energia, velocidade, relaxamento, menor estresse, consciência, longevidade.
Há também que se levar em conta que com 1 h de vida, não se tem muitas ferramentas internas para se gerenciar qualquer percepção de falta, escassez, frio, calor, abuso, necessidades não atendidas.
Com 1 ano de vida, deve haver um pequeno acréscimo nesta gerencia interna de atender as próprias necessidades. Mas ainda há uma forte dependência com o meio externo: Pais, e figuras de cuidado em que você foi “confiado(a)”.
Com 07 anos já se tem um desenvolvimento de falar, correr, expressar emoções (energia em movimento), se alimentar, colocar limites – inconscientemente e melhora na sua gerencia de suas necessidades (em estando numa família que cuida disso com consciência), e uma menor dependência com o meio externo. Autonomia crescente.
Na Adolescência esse processo vai sempre crescendo, definindo limites, criando distancias saudáveis, intimidades, ainda em busca de atender as necessidades básicas e das novas que vão sendo percebidas. Aqui tranquilamente o que você “aprendeu” como se “proteger” de uma emoção que lá no passado (criança) você não conseguiu “olhar”, compreender e diminuir ou até mesmo solucionar, continua sendo protegida de forma “simples” e fácil: ora através do respirar menos para sentir menos, e reforçando – enrijecendo - o local do corpo que naturalmente isso deveria acontecer (Couraças Musculares neuróticas).
“Do Tônus Muscular para a DOR, um caminho construído com Muito atrito e sofrimento.”
Eventualmente, ao longo do seu caminho, ira poder olhar para esses mecanismos de “proteção” – que foram um dia importantes e necessários e que hoje não mais são, e solta-los, perceber que estes mecanismos podem ser atualizados, se tornarem menos intensos, menos pesados e mais fáceis de serem vestidos e despidos do seu “Biotraje”, consolidados no teu corpo.
Respirando mais conscientemente, trazendo estado de presença para cada pratica diária, aterrando seu corpo – pés bem apoiados no chão.
Há sim formas de diminuir os desvios respiratórios e reduzir as couraças musculares que antes eram rígidas, inflexíveis e passam a ser adaptáveis e especificas para momentos do teu dia-a-dia.
Porem a partir de um eixo saudável, coerente, integro, vivaz e de um corpo com seu próprio Tonus.

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