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Os textos aqui utilizados são releituras e/ou partilhas de outros textos e autores. Em alguns casos, tem minha contribuição pessoal. Se está disponibilizado aqui, com muita certeza tem meu olhar e meu acolhimento. Eu aproveito e muito o meu tempo para compartilhar coisas boas e acrescentando algumas coisas.

Outro ponto importante sobre a publicação destes textos é que são para uma auto-reflexão. Ver como o texto nos “toca” e desperta. É um lindo exercício de auto-observação e identificação.

Não são fórmulas de solução ou “receitas” de bolo para a respectiva “dor”. Existem, na nossa diversidade, diversas soluções para as diferentes dores para cada momento de cada um. ;-)

Existirão textos que apontarão para desconfortos maiores interiormente e que por inconsciência iremos projetar para fora. Peço que se observe e se trate o melhor possível. Todos estamos caminhando em nossas jornadas.

Também partimos da base de que não podemos saber o grau de dificuldade que o outro enfrenta ou está em seu momento de vida, nem da profundidade de suas feridas que têm relação ao assunto tratado. Tudo no seu devido tempo. Partimos da base também, que a outra pessoa provavelmente vai demorar a curar seu padrão (igualmente nós nos demoramos com os nossos) e que provavelmente, terá que fazer muitos alinhamentos/trabalhos, sendo mostrado uma e outra vez, quando ela repete seu padrão (sobre esse assunto pode-se chegar a acordos ao final da comunicação). Precisamos lembrar que possivelmente estamos lidando com pontos cegos, tanto da outra pessoa como com os nossos, e que isto leva tempo para ser processado.

Fiquem bem !

Posicionamento, julgamento, localização, eleição....

  • Foto do escritor: Alexei Caio
    Alexei Caio
  • 10 de abr. de 2023
  • 4 min de leitura

Se posicionar, tecer um julgamento, eleger uma escolha, classificar, rotular, nomear, ...


Considerações iniciais


São alguns verbos que, dependendo de quem emite E de quem recebe, podem criar exclusão ou rejeição. (uma forma possível de olhar).


Caso o receptor já tenha a dor do abandono, seguro que essa “dor” aparecera através da crítica, de uma comunicação agressiva na direção deste.


Mas acaba sendo bem relativo, pois se está lidando com dois seres humanos que podem estar em níveis de consciência distintos, podem estar identificados, podem estar bloqueando sua respiração, podem estar inconscientes sobre si mesmos, ...


Vou adotar o olhar sobre esse tema através da oscilação (pendulação).

Assim ao se aproximar do verbo: “posicionar”, vou observar se o emissor se comunica de forma mais neutra e equilibrada ou está com “tendências” em sua comunicação. Quase que “naturalmente” cada ser humano tem suas percepções e estruturas de construção de ideias, valores, ...

Desta forma, melhor validar se, neste tema, o emissor esta tendencioso a uma polarização para qualquer um dos lados ou está mais centrado sobre o tema.


Começando desta forma, pode-se ter uma visão mais abrangente e consciente de como a linguagem está sendo utilizada tanto pelo emissor quanto por quem recebe.


Voltemos ao verbo posicionar.

“Eu me posiciono na faixa de pedestres quando atravesso a rua para não ser atropelado(a).”

Com um sentido de localização física.

Pode ser também: Assumir uma opinião, tomar partido, declarar sua posição quanto a determinado fato ou situação.


E se estendermos essa análise aos demais verbos “próximos”: julgar, escolher, classificar, rotular, ...

Cada um terá uma gama de significados e cada ser humano que proferir e cada ser humano que escutar terá sua própria “pessoal melhor compreensão”, que foi construída ao longo de sua vida.


Ao emitir “- Não se deve julgar”, percebe a quantidade de significados possíveis para cada um que escuta essa possível tentativa de negar um posicionamento.

A meu ver, há uma escala de poderio “destrutivo” no uso de palavras dentro de um mesmo contexto.


E a montagem do referido verbo. Você começou a escutar julgar, através de julgamento, do direito penal em alguma idade. E a partir desse momento foi sendo abastecido por essa “palavra” em diferentes momentos de sua vida.

Estudos, educação, escrita, fazem desse aprendizado e percepção do melhor uso de cada uma dessas palavras no “melhor” momento, no teu discurso.


Observe: Classificar, julgar, escolher, nomear, eleger, posicionar, ....

Além da intensidade, há também nuances (pequenas variações) “emocionais” associadas a cada uma destes verbos.

Alguns tem uma camada mais intelectual, outros apontam para uma linha mais emotiva, e outros mais física.


O que faz da comunicação, hoje em dia, uma arte e ao mesmo tempo uma “Torre de Babel”. Onde um acha que está dizendo uma coisa, e as trilhões de outras pessoas interpretam o que querem ao consumir o que foi emitido.


Fica esta frase sobre o tema, para reflexão:

“Eu só sou responsável pelo que eu falo, não pelo que você entende.”

Posso estender esta frase com a pergunta:

“E o que você compreendeu, sentiu sobre o que eu te falei?”


Para verificar se está próximo do que eu quis dizer.

Ou longe!

Neste caso, inicia-se outra camada de aproximação, ou diminuição dessa distancia, se necessário ou desejado.


Cada uma destas palavras existe deixando mais claro e sano a existência do executor da ação, e obviamente também poderá excluir e desconsiderar a outra parte.

Para se chegar próximo dessa percepção pode-se inicialmente perguntar se quem se sentiu merecedor dessa recepção, se sentiu excluído pela localização do outro.


Para vocês qual é a diferença entre estas palavras escritas acima?

Julgar no núcleo de sua ação é se posicionar e proferir sem importar se quem recebe o seu posicionamento e projeção se sente bem ou mal.

Porem como podemos “mexer” ou mudar apenas aquilo que temos alcance, quem recebe – que está fora de nós – não pode ser alterado. E suas escolhas conscientes ou não são de inteira responsabilidade própria.

Como são verbos que são utilizados normalmente em relações interpessoais (duas pessoas): Quando eu julgo, eu (dentro dos meus valores e nível de consciência) posso julgar alguém por estar agindo desrespeitosamente, abusivamente, violentamente.


Quando eu me posiciono para não ser atropelado por um ônibus na faixa de pedestres, estou julgando? Claro! Estou julgando que o melhor lugar para eu estar não é onde o ônibus passa. E as consequências de "julgar" visando a minha vida, é permanecer vivo.


Posicionamento na sua grande maioria de uso é aplicado no sentido físico. Posição. Eu estou neste endereço, eu elegi ir para o parque e muitos outros exemplos.


Mas é claro que também fazemos uso do “julgar” com o peso de aplicar um “peso” de valor ou desvalorização, diminuir ou até excluir do sistema ao qual faz parte.


Ter sua tese de mestrado julgada por uma banca examinadora, ser julgado por desconhecidos sobre sua vida, ver seu exame de proficiência ser julgado por professores competentes, e mais infinitas oportunidades da vida nas quais basta viver para experimentar isso.


Quando eu atribuo valor e competência a quem “julga” o resultado do julgamento interfere em minha vida.


Como exemplos: exames finais na faculdade, teste de direção, vestibular, ....

Agora quando quem julga for um desconhecido, uma pessoa distante do seu círculo pessoal, que mal faz parte do contexto no qual a ação ocorreu, o “peso” do “julgamento” acaba sendo ínfimo e insignificante.


Porem se acontece um “peso” oriundo, nesse caso, vale a pena refletir um pouco porque motivo se aplica essa importância para pessoas tão distantes e que não fazem parte do contexto no qual a ação aconteceu.




 
 
 

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