top of page

Os textos aqui utilizados são releituras e/ou partilhas de outros textos e autores. Em alguns casos, tem minha contribuição pessoal. Se está disponibilizado aqui, com muita certeza tem meu olhar e meu acolhimento. Eu aproveito e muito o meu tempo para compartilhar coisas boas e acrescentando algumas coisas.

Outro ponto importante sobre a publicação destes textos é que são para uma auto-reflexão. Ver como o texto nos “toca” e desperta. É um lindo exercício de auto-observação e identificação.

Não são fórmulas de solução ou “receitas” de bolo para a respectiva “dor”. Existem, na nossa diversidade, diversas soluções para as diferentes dores para cada momento de cada um. ;-)

Existirão textos que apontarão para desconfortos maiores interiormente e que por inconsciência iremos projetar para fora. Peço que se observe e se trate o melhor possível. Todos estamos caminhando em nossas jornadas.

Também partimos da base de que não podemos saber o grau de dificuldade que o outro enfrenta ou está em seu momento de vida, nem da profundidade de suas feridas que têm relação ao assunto tratado. Tudo no seu devido tempo. Partimos da base também, que a outra pessoa provavelmente vai demorar a curar seu padrão (igualmente nós nos demoramos com os nossos) e que provavelmente, terá que fazer muitos alinhamentos/trabalhos, sendo mostrado uma e outra vez, quando ela repete seu padrão (sobre esse assunto pode-se chegar a acordos ao final da comunicação). Precisamos lembrar que possivelmente estamos lidando com pontos cegos, tanto da outra pessoa como com os nossos, e que isto leva tempo para ser processado.

Fiquem bem !

Escolas de Sabedoria - parte 4 - REV2

  • Foto do escritor: Alexei Caio
    Alexei Caio
  • 14 de ago. de 2020
  • 7 min de leitura

Atualizado: 17 de ago. de 2020

Observações fundamentais para a propagação/divulgação do material nos posts a seguir "Escolas de Sabedoria".

A origem deste material esta inserida numa apresentação em um contexto bem específico.

Por integridade minha faço menção desde contexto e por profunda gratidão à autora.

Fonte: Instituto Nokhooja



Existem algumas teorias que visam discutir o surgimento de uma Escola de Sabedoria e das pessoas que a compõe. Estas teorias tentam explicar o caráter "excêntrico" de seus participantes, não só pelo fato deles apresentarem comportamentos e conjuntos de idéias diferenciados, mas também porque são descritos como apresentando poderes e capacidades que extrapolam as capacidades humanas comuns.


1) Teoria da variabilidade genética - as Escolas seriam formadas por agrupamentos de indivíduos geneticamente mais desenvolvidos em termos de sensibilidade, inteligência e/ou grau de consciência, como um meio de sobrevivência e aperfeiçoamento. Essa teoria, em meios mais ocultistas, busca evidências ainda da existência da Atlântida e afirma que os participantes dessa linhagem de "mestres" seriam os descendentes dessa fase de desenvolvimento da humanidade.


2) Teoria da evolução acidental: indivíduos que, por circunstâncias fortuitas passaram por experiências que lhes ativaram outras funções cerebrais, acabam por se encontrar e passam a compartilhar das experiências proporcionadas por uma Escola de Sabedoria por necessidade e proteção.


3) Teoria das oportunidades sociais: o processo de sociabilização permitiu com que certos indivíduos pudessem dispor de tempo e energia para perseguirem processos superiores de desenvolvimento da consciência.


4) A teoria 'extra-terrestre': segundo essa linha, o "Povo do Trabalho" é considerado como tendo se originado fora do planeta terra e por isso, seria geneticamente diferente do restante da humanidade, e trabalharia fundamentalmente para retornar às suas origens celestes. Desta linha de raciocínio nascem os mitos relacionados à estrela Sirius, como sendo um dos possíveis lugares onde esse povo especial teria se originado.


5) A visão do Trabalho: a Escola seria um lugar onde pessoas que compartilham de alguns elementos comuns se reúnem, passam por uma série de experiências e então, o conhecimento gerado entre elas extravasa para a realidade quando algumas etapas de desenvolvimento são atingidas. Os parágrafos que se seguem tentarão explicar com mais detalhes essa idéia.


Em termos concretos, a visão que geralmente se tem de uma Escola é a de um lugar onde um conjunto de pessoas passa um certo conhecimento para outras. Estas últimas, por sua vez, deverão incorporar o que está sendo dito e mais tarde, deverão ser testadas para que se possa avaliar se os conhecimentos passados foram compreendidos e incorporados corretamente. Porém, o conceito de Escola dentro do Trabalho é praticamente o oposto disso. A Escola é muito mais um termo relacionado com a coletividade do que um termo que refere-se à uma estrutura, ou instituição.


O Trabalho refere-se à Escola como um agrupamento de indivíduos que compartilham algum tipo de objetivo comum. A própria palavra Escola, na sua origem latina, significa agrupamento, ajuntamento de elementos comuns e não ensino ou instituição.


Em primeiro lugar, vamos analisar quem são essas 'pessoas' que estão agrupadas. O Trabalho afirma que elas se agrupam porque apresentam um tipo de perfil muito especial. Segundo as tradições mais antigas, esses grupos já existiam ou foram definidos muito antes da própria criação. Os sufis dizem que eles próprios são a 'escola', ou seja, que eles próprios, por serem a melhor situação possível de evolução do ser humano, são a 'escola', e isso acontece em função de uma decisão que não foi deles. Eles se colocam numa situação muito especial de pré existência que acaba por implicar na definição do termo "alma", como sendo um conjunto de elementos que possui uma vibração especial, que se reflete num tipo específico de atitude, visão de mundo e emocionalidade que irá se renovar ao longo de todo o fluxo da história e de desenvolvimento. Os sufis dizem: 'nós existimos antes da própria Criação, nós bebemos do vinho antes da videira ter sido plantada', e esse vinho é justamente o vinho do companheirismo, da busca, do amigo, do amado, elementos que essas pessoas compartilham desde o início dos tempos. E então, de certa maneira, elas são lançadas nesse mundo de 'confusão de línguas', que é chamado de realidade e a partir daí, elas começam a tentar encontrar os 'amigos', a tentar se reagrupar.


Muitas pessoas compreendem isso, quase como uma justificativa para uma visão reencarnacionista, quer dizer, poderíamos justificar o conceito sufi de que 'nós existimos antes da Criação' e que 'voltamos a nos encontrar de tempos em tempos dentro dos ciclos evolutivos', como uma idéia reencarnacionista. Na realidade, o Trabalho não aceita idéias tais como: o indivíduo nasce, morre e depois reencarna dentro de uma ou outra condição nesta realidade, à qual fica sujeito por causa de seu 'carma' ou como uma conseqüência do que ele fez em suas vidas anteriores. O Trabalho não aceita isso porque, em primeiro lugar, esta é uma forma muito mecânica de compreender a realidade e o Trabalho tem como função combater a mecanicidade. Em segundo lugar, esse tipo de visão acaba acarretando uma postura muito cômoda, onde o indivíduo conta com outra chance para fazer os esforços para auto desenvolver-se. É como se houvesse permissão para um tipo de postergação para assumir as responsabilidades e o trabalho sobre si. Não devemos esquecer que a única vida que temos certeza que podemos contar é com esta, a do momento presente, e talvez não haja mais chances. Um outro ponto é que o Trabalho acaba por desenvolver uma mudança de atitude em relação à própria vida, que passa a ser encarada como sendo um meio para se atingir nosso objetivo último que absolutamente não consiste em reencarnar e viver novamente sob uma forma terrestre, mas sim atingir o estado de união com o Absoluto.


O Trabalho, ao encarar essa idéia de que 'nós estivemos juntos no passado e estaremos juntos no futuro', refere-se a indivíduos que 'são' como nós somos agora desde o início dos tempos, não como corpo, mas como identidade, individualidade, como elemento fundamental do ser. Podemos ocupar corpos diferentes (e isso é irrelevante), mas podemos dizer que já existimos desde o início e nos conhecemos num outro momento e num outro contexto, numa outra situação. Ou seja, existe um processo de aperfeiçoamento da própria individualidade, que envolve uma história latente que tem que ser redescoberta, mas nunca é negada ou esquecida. Podemos pensar, metaforicamente, que estivemos juntos nos homens das cavernas, que se reuniam e cantavam aos seus deuses ao redor do fogo. Estivemos juntos todas as vezes que os homens contemplaram o céu e sentiram que a terra não era seu verdadeiro lar, e todas as vezes em que os seres humanos se perguntaram sobre sua origem e ansiaram retornar à ela.


Estes são os elementos comuns que agrupam certas pessoas que poderão dar origem à uma Escola de Sabedoria. Tais elementos têm um cunho muito mais emocional e implicam numa série de experiências que reforçam e desenvolvem esse anseio pelo contato com um tipo de verdade ou amor ou perfeição. A busca por estes elementos acarreta então, uma série de experiências que são vividas e compartilhadas pelo grupo e são elas que funcionarão como uma 'cola' e que justificarão todo o processo de aprendizado. Quando essas experiências atingem um determinado grau de qualidade, e as pessoas envolvidas são capazes de dar os saltos necessários, surge então a possibilidade de que o conhecimento produzido por elas, para elas e entre elas, passe para o resto da humanidade através da ação de uma Escola.

Assim, o termo Escola de Sabedoria pode ser compreendido como uma espécie de núcleo de forças onde retornamos e nos abastecemos de algo que podemos chamar de "baraka" ou seja, de uma espécie de bênção ou de graça que é oferecida ao ser humano constantemente e raras vezes é aproveitada e ampliada até sua plenitude fora de um ambiente de Escola. Esse baraka permite com que a Escola gere elementos de convívio, de amizade, de troca, comentários, críticas, discussões, dentro de um contexto que permite com que possamos nos recarregar dessas qualidades, e serão estas que, na evolução natural do processo, irão produzir conhecimento. Ou seja, o conhecimento é o produto final de todo um processo que envolve as experiências pessoais e também as formas de relações entre as pessoas.

Não devemos ser ingênuos no sentido de imaginar que deverá existir um sentimento fraternal entre os participantes. Essa característica não deve existir a priori, pois acaba inserindo um elemento de falsidade e hipocrisia dentro do processo como um todo. É importante que haja liberdade para críticas e discussões, desde que, o objetivo maior não se perca e nem que os participantes se limitem a uma briga de egos ou mera imposição de opiniões. Independente do grau de amizade que existe entre os participantes, acima disso deve haver a capacidade de se trabalhar junto, deve haver sempre a visão e certeza de que é o trabalho que conta e principalmente que as pessoas à nossa volta podem funcionar como espelhos bastante precisos de quem nós somos. Geralmente as características que consideramos como sendo defeitos nas outras pessoas estão também presentes em nosso próprio caráter. Devemos lutar contra essas características em nós mesmos em primeiro lugar, e se não conseguimos vence-las, devemos compreender que a outra pessoa tenha talvez a mesma dificuldade. Existe um aforisma de Gurdjieff muito útil nesse contexto que diz: "Lembre-se que você veio para cá tendo já compreendido a necessidade de lutar contra você mesmo - apenas contra você. Portanto, agradeça a todos que lhe derem essa oportunidade. (Gurdjieff G.I 1975. Views from the real world. E.P.Dutton)."


Quando falamos, por exemplo, numa colmeia, pensamos em seu produto principal, o mel. Algumas Escolas de Sabedoria têm como símbolo a abelha e a colmeia justamente por causa da associação simbólica entre a produção do mel e a produção de conhecimento. As pessoas geralmente só são capazes de conceber uma colmeia de abelhas em termos de seu produto, o mel e as Escola de Sabedoria, em termos da sabedoria e conhecimento - mas elas não sabem o que acontece dentro de uma colmeia durante o processo da produção de mel (como as abelhas se organizam, dividem as tarefas, quais são os produtos envolvidos, o metabolismo desses produtos, etc.). Por outro lado, a abelha também não está muito preocupada com o fato de que esse mel, que na realidade é a sua nutrição, seja utilizado pelos seres humanos, seja de que forma for.


Assim, a Escola é um lugar onde pessoas que tenham a competência, a capacidade e a experiência, podem conviver, adquirir habilidades, se preencher com a qualidade das relações pessoais e dessa forma, retomar o fluxo de evolução da humanidade. O produto final da Escola, isto sim, será o conhecimento, um conjunto de resultados oriundos das experiências e trocas e que serão retraduzidos adequadamente para a realidade, ou seja, a própria busca e necessidade por conhecimento gera conhecimento.


Portanto, participar da montagem de uma Escola implica em começar a viver uma nova forma de relação dentro do Trabalho, e dentro dessa nova relação é necessário conferir um novo valor às experiências pessoais, ir em busca de aprofunda-las e se esforçar por compartilha-las com os outros integrantes dos grupos de forma verdadeira e objetiva. O resultado disto tudo será expresso na realidade à nossa volta, e será traduzido como conhecimento; este será o subproduto de nossas interações, o nosso mel.





 
 
 

Comments


2022 - 2023 por AlexeiCaio ©

bottom of page