Bocejo em diálogos
- Alexei Caio
- 14 de abr. de 2022
- 4 min de leitura
Atualizado: 14 de abr. de 2022
MEU OLHAR:
É composto de dois atos primordiais e mexem com básico do nosso sistema respiratório e regulatório: inalação bem grande em quase sua totalidade demandando total dedicação a inalação!
Abertura da boca - hiperextensão da mandíbula!
E exalação muito relaxada vinda após um esforço maior na inalação.
Pontos a se comentar frente a este dois gestos:
Inalação de uma vez só com aporte significativo de “Ar” para dentro.
Exalação muito relaxada trazendo um estado de relaxamento e descanso ao ser humano.
Em cultura popular: bocejo remete a sono!
Bem contextualizando que em sua grande maioria todos não sabem respirar portanto tem déficit de aporte de O2 ou ar. Assim quando um boceja a grande maioria de quem está próximo vai também bocejar.
E com relação a exalação o relaxamento trazido após a grande inalação (atendendo uma necessidade básica de O2 do corpo) convida o corpo daquele ser humano ao relaxamento e quase imediato ao sono!
Quem hoje em dia em cima de toda a pressurização não está tenso E diante de um convite ao relaxamento aceita desesperadamente ao ponto de nem ficar apenas no relaxamento e já embarcar no sono?
Ai temos a possibilidade de relaxar SEM cair no sono. “Frear” um pouco antes ;-)
É sempre um exercício.
Eu mesmo dedicando tempo de qualidade à inalação e exalação quando na presença de outros que bocejam não tenho vontade de bocejar.
Assim “neurônio espelho”, raport, empatia acontece no meio onde todos respiram mal. Por isso nesse lugar quando um boceja, todos bocejam.
A dica aqui é ao bocejar investir sua presença e qualidade na tua exalação daquele momento de uma forma inteira, sincera com teu corpo e atendendo o pedido “desesperado” de relaxamento que ele está pedindo!
E sim eu conheço a arcada dentária de todos os meus clientes, (todos bocejam nas minhas sessões uma e outra vez) uma vez que trabalho com inalação e exalação consciente e de qualidade!
Atenção: bocejos excessivos na sessão apontam em uma possível zona de anestesia: química, física e emocional.
Assim o bocejo pontual não traz esse sussurro de anestesia, mas muitos destes traz.
Fiquem ligados ;-)
Resta dar uma olhada na parte biológica e bioquímica no antes, durante e após. O que muda, como muda e para onde muda no gesto de bocejar para o corpo humano, ser humano e estrutura emocional do mesmo no processo.
Outras fontes de pesquisa:
Roni Caryn Rabin
Do New York Times
28/02/2019 04h00
Universidade de Genebra
Instituto Politécnico da Universidade Estadual de Nova York
As pessoas bocejam quando estão cansadas, mas também quando acordam após uma noite de sono. Bocejamos quando estamos entediados, mas também quando estamos ansiosos, famintos ou prestes a iniciar uma nova atividade. A ação é contagiosa - normalmente começamos no momento em que vemos alguém próximo de nós bocejando.
"Há tantos fatores que podem disparar esse mecanismo. Pessoas que mergulham dizem que tendem a bocejar antes de pular. Policiais dizem que o fazem antes do início de uma situação difícil", esclareceu Adrian Guggisberg, professor de neurociência clínica na Universidade de Genebra.
Ler sobre o bocejo faz as pessoas bocejarem. Você, provavelmente, está abrindo a boca agora. A razão fisiológica desse recurso, contudo, segue sendo um mistério. "A resposta mais verdadeira é que ainda realmente não sabemos por que bocejamos. Até agora, não foi observado nenhum efeito fisiológico no ato de bocejar, e é por isso que especulamos, mas é possível que não exista nenhum mesmo", disse Guggisberg.
Até aproximadamente 30 anos atrás, cientistas justificavam o bocejo como uma maneira de o corpo absorver uma grande quantidade de ar para aumentar os níveis de oxigênio no sangue em resposta a uma possível privação deste.
Entretanto, a hipótese de oxigenação foi descartada após ter sido refutada por uma série de experimentos realizados em 1987 (*).
Uma teoria corrente diz que o bocejo é uma estratégia de resfriamento do cérebro "cuja função é promover estímulo e alerta", segundo Andrew Gallup, professor-assistente de psicologia no Instituto Politécnico da Universidade Estadual de Nova York, em Utica, que publicou estudos sobre o assunto.
Bocejar consiste em uma profunda inalação de ar acompanhada de um intenso alongamento da mandíbula que é seguido de uma curta expiração e rápido fechamento do maxilar. "Em conjunto, esses padrões de comportamento aumentam o fluxo de sangue para o crânio, que pode proporcionar uma série de efeitos, entre os quais o resfriamento do cérebro.
Quando a temperatura corporal está mais alta, nos sentimos mais sonolentos e cansados. Já os bocejos noturnos podem ser uma tentativa de brecar o desencadeamento do sono, ou seja, bocejamos à noite para manter certo estado de estímulo e alerta", explicou Gallup.
O sono também causa uma redução abrupta da temperatura do cérebro e do corpo, completou ele, portanto também é possível que bocejemos "simplesmente para facilitar a transição do estado de alerta para o de repouso".
Uma coisa é certa: quando uma pessoa boceja, ela pode levar um grupo inteiro a começar também. Acredita-se que pessoas mais empáticas são mais facilmente influenciadas pelo bocejo dos outros. Estudos de imagens cerebrais mostraram que, quando seres humanos veem outros indivíduos bocejando, as áreas do cérebro conhecidas por estar ligadas às funções sociais são ativadas. Até cachorros bocejam quando veem seus donos, ou mesmo estranhos, abrindo a boca. Além disso, o bocejo contagioso também já foi observado em outros animais.
Ainda segundo Gallup, a disseminação do ato de bocejar poderia servir para "promover um modo de alerta coordenado entre membros de um grupo, sincronizando o estado mental deles e potencialmente os protegendo de ameaças externas mais rapidamente do que eles conseguiriam sem esse mecanismo".
(*) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/3120687/
Resumo
Usando sujeitos humanos em idade universitária, o presente estudo testou a hipótese comumente citada, mas não testada anteriormente, de que o bocejo é facilitado por níveis mais altos do que o normal de CO2 ou níveis abaixo do normal de O2 no sangue, comparando o efeito no bocejo da respiração 100% O2 e misturas de gases com níveis de CO2 acima do normal (3 ou 5%) com ar comprimido, condição de controle. Se o bocejo for uma resposta ao aumento de CO2 no sangue, as misturas de CO2 devem aumentar a taxa e/ou duração do bocejo. Se o baixo nível de O2 no sangue produzir bocejos, respirar 100% de O2 deve inibir o bocejo. A hipótese de CO2/O2 foi rejeitada porque respirar nem O2 puro nem gases com alto teor de CO2 tiveram um efeito significativo no bocejo, embora ambos aumentassem a frequência respiratória. Um segundo estudo descobriu que o exercício suficiente para dobrar a taxa de respiração não teve efeito sobre o bocejo.
Para reflexão por ai.
Uma boa semana!
Alexei

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