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Os textos aqui utilizados são releituras e/ou partilhas de outros textos e autores. Em alguns casos, tem minha contribuição pessoal. Se está disponibilizado aqui, com muita certeza tem meu olhar e meu acolhimento. Eu aproveito e muito o meu tempo para compartilhar coisas boas e acrescentando algumas coisas.

Outro ponto importante sobre a publicação destes textos é que são para uma auto-reflexão. Ver como o texto nos “toca” e desperta. É um lindo exercício de auto-observação e identificação.

Não são fórmulas de solução ou “receitas” de bolo para a respectiva “dor”. Existem, na nossa diversidade, diversas soluções para as diferentes dores para cada momento de cada um. ;-)

Existirão textos que apontarão para desconfortos maiores interiormente e que por inconsciência iremos projetar para fora. Peço que se observe e se trate o melhor possível. Todos estamos caminhando em nossas jornadas.

Também partimos da base de que não podemos saber o grau de dificuldade que o outro enfrenta ou está em seu momento de vida, nem da profundidade de suas feridas que têm relação ao assunto tratado. Tudo no seu devido tempo. Partimos da base também, que a outra pessoa provavelmente vai demorar a curar seu padrão (igualmente nós nos demoramos com os nossos) e que provavelmente, terá que fazer muitos alinhamentos/trabalhos, sendo mostrado uma e outra vez, quando ela repete seu padrão (sobre esse assunto pode-se chegar a acordos ao final da comunicação). Precisamos lembrar que possivelmente estamos lidando com pontos cegos, tanto da outra pessoa como com os nossos, e que isto leva tempo para ser processado.

Fiquem bem !

As árvores das ilhas Salomão - o poder do verbo.

  • Foto do escritor: Alexei Caio
    Alexei Caio
  • 17 de dez. de 2021
  • 2 min de leitura

“Com paus e pedras podemos partir ossos; mas com palavras matamos almas”.


Eu aprendi, inclusive a tapar meus ouvidos quando alguém quer me tirar do caminho.

Recentemente fiz uma viagem a Honiara, capital das Ilhas Salomão, ilhas no centro-oeste da Oceania, Oceano Pacífico.

Por conta da fama nos cinemas, Honiara, tornou-se ponto turístico.


O povo das Ilhas Salomão, tem de certa forma, pelas árvores, o que os indianos têm pelas vacas.

Um espécime de santidade. Com a diferença que eles não idolatram as árvores como os indianos fazem com as vacas na Índia.

Acontece que o sustento das cidades e mesmo da capital Honiara, vem principalmente da plantação de palmito. O mais intrigante é que para abrirem espaço no meio da floresta, para a plantação de novos palmitais, é necessário que se derrubem velhas árvores, no entanto, árvores sadias.

(Cortá-las, seria uma maldade, a menos que elas morressem “sozinhas”

OIIIIII, portanto, arrancá-las, seria necessário para que se evitem acidentes.)

OIIIII !!!!! Logica incongruente!!!

O que os nativos das Ilhas Salomão fazem, é se reunirem durante trinta e três dias seguidos, pela manhã, no meio dia e pelo entardecer, em torno da árvore que se objetiva retirá-la, e três vezes ao dia, reunidos, gritam. Sim! Gritam! Gritam xingamentos, desmerecimentos, agressões verbais.

Seguidos os trinta e três dias, a árvore seca e morre. Morre “sozinha” e então é só arrancá-la. Segundo os nativos, os gritos de desmerecimento matam o espírito da árvore, o que eles chamam de Leshy – animal da mitologia Eslava, que protege animais e moradores das florestas.

Vou levar essa história por toda minha vida, não apenas em minha profissão e com meus filhos, ela serve para todas as áreas de minha vida, principalmente no relacionamento com outras pessoas. Assim como as árvores nas Ilhas Salomão, as palavras têm o poder de destruir as pessoas. Importar-se com alguém é essencial, tem o poder de curar feridas – um bálsamo para a dor quando a gente se sente querido. Um abraço, um beijo, dizer “eu te amo”. Tem medo? Estou aqui. Se cair ou falhar, eu estou ao seu lado. Dar segurança, carinho. Importar-se é isso, não é? Mas nas Ilhas Salomão, quando os nativos querem parte da floresta para a agricultura, eles não cortam as árvores. Eles simplesmente se juntam ao redor delas, gritam xingamentos e dizem coisas ruins. Em alguns dias a árvore seca e morre. Não precisam de machados. Ela morre sozinha. “Com paus e pedras podemos partir ossos; mas com palavras matamos almas”. Eu aprendi, inclusive a tapar meus ouvidos quando alguém quer me tirar do caminho.





 
 
 

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